15 ABRIL
A jangada afundada. Havia esta jangada afundada junto ao leito
do rio. Não era uma jangada. Era uma tela branca. Tinha uma imagem impressa em
preto. Um personagem em posição fetal. Esta tela branca cruzara as
margens do rio. E agora jazia ali abandonada. Esta jangada cruzara as águas da
vida. As águas que constroem margens entre dois pontos, duas margens, dois
lados opostos, o da materialidade e o do espiritual. Cruzar as águas do rio é
abandonar o materialismo e abraçar a espiritualidade. Mas como na parábola de
Buda1, ao cruzar o rio, devemos abandonar a jangada, para a não
trazermos às costas o resto da vida.
Mas mais que uma jangada abandonada, esta tela é também um
passado que se abandonou, uma outra vida que se ultrapassou. E continuamos a
nossa jornada...
“Preso na rédeas do mercantilismo, o mundo vai
fragmentando-se de colapso em colapso, recusando admitir que uma nova realidade
espreita por entre as suas cinzas. / Uma nova ordem se impõe, baseada no espiritualismo –
em oposição ao mate- rialismo. Esta nova Dinâmica estará assente em práticas
espirituais, na qual não será a troca de bens e objectos a forma pelo qual a
sociedade sobreviverá. / A sua organização não será vertical – em forma de pirâmide – mas
horizontal. Será neste novo sistema que a arte alcançará a sua plenitude e
desenvolvimento. Afastada do mercantilismo e da tirania da comunicação, ela
assumir-se-á comoelemento de ligação do espírito ao universo, tanto de quem a
aprecia, como de quem a cria”.
(José Vieira in Rompeschiena, Sonho de Uma Obra, Livro XX, Edição de autor em PDF, Novembro 2018).
(José Vieira in Rompeschiena, Sonho de Uma Obra, Livro XX, Edição de autor em PDF, Novembro 2018).
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1- “Suponha, disse ele, que um homem está na frente de um grande rio, se ele precisar atravessar para a outra margem, e não houver barco para levá-lo, o que ele faria? Ele cortaria algumas árvores, amarraria e construiria uma jangada.
1- “Suponha, disse ele, que um homem está na frente de um grande rio, se ele precisar atravessar para a outra margem, e não houver barco para levá-lo, o que ele faria? Ele cortaria algumas árvores, amarraria e construiria uma jangada.
Então ele sentaria na jangada e, usando as mãos ou usando um
bastão, remaria para atravessar o rio e, quando chegasse ao outro lado, o que
ele faria? Ele deixaria a jangada porque não precisa mais dela.
O que ele não faria era sair carregando a jangada nas costas,
pois ela não seria mais útil na terra.
Da mesma forma, meus ensinamentos são apenas um meio para um
fim, eles são uma balsa que o transportará para o outro lado, eles não são um
meio em si mesmos, mas um meio para atingir a iluminação”, Buda.
https://www.asomadetodosafetos.com/2019/02/a-balsa-esta-parabola-budista-nos-mostra-como-perdemos-nossas-vidas.html
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